segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Os empates fazem-me mal

O nosso clube não anda bem e não andando o clube não andam os adeptos, que o digam a minha família e amigos que já não podem com o meu mau feitio, este fim-de-semana perdemos pela primeira vez pontos neste campeonato frente a um aguerrido e bem comandado Estoril, nada que não fosse previsível após os recentes jogos disputados pelo Porto.

Antes de mais convém referir que a arbitragem foi deplorável prejudicando ambas as equipas, bem mais o Porto que o Estoril, este facto apesar de não ser, para mim, a principal causa do resultado do jogo, deve ser  realçado e nós portistas devemos-o fazer sempre que nos sentirmos prejudicados, nem que seja para alertar as iluminadas mentes que regem a arbitragem no futebol nacional que os árbitros portugueses são na maioria bem fraquinhos, não há aqui teorias da conspiração com conluios para beneficiar uns clubes e prejudicar outros como os nossos adversários tanto o gostam de afirmar, pura e simplesmente não dão para mais, são fracos e ponto final.

Aparte a arbitragem a verdade é que o Porto não jogou um canudo, depois do jogo com o Austria de Viena, uns dos que mais me custou ver em toda a minha vida de adepto, pensei que a equipa, tal como tantas vezes o fez, desse uma volta de 180 e começasse a jogar futebol, enganei-me, o jogo com o Estoril foi mais do mesmo, sem fio de jogo, sem ataques planeados, um meio campo irreconhecível, uma defesa destroçada.

As opiniões surgiram logo em catadupa, umas mais coerentes outras nem por isso.

A culpa é dos jogadores, temos uma equipa mais fraca do que a do ano passado, James e Moutinho fazem muita falta, Licá e Josúe não valem um c*.
Paulo Fonseca não vale um c*. não tem unhas para conduzir um ferrari, o Porto não é o Paços.
Fomos roubados, caso contrário tinhamos ganho o jogo.
O estilo de jogo que o Paulo Fonseca quer implementar não funciona.
and so on and so on...


Pessoal, vamos lá ter calma e tentar analisar isto com dois dedos de testa:

O Paulo quer implementar um estilo de jogo diferente do praticado pelo Vítor, com mais elementos no ataque e por consequência com superior poder de fogo e espectularidade, quer um Porto mais espontâneo ao procurar a baliza do adversário e menos calculista, e por consequência mais monótono, à imagem do seu predecessor, até aqui tudo bem, quem quer ir ver um jogo de futebol sem golos ? afinal os golos são o climax do futebol. O problema é que para implementar isto, ou tens uma equipa a jogar a 100% e muito bem rotinada para que seja tão eficente a atacar como a defender ou está o caldo entornado.

O que me parece é que há jogadores que não se sentem bem neste novo esquema e estão a demorar a assimilar as ideias do treinador. O problema está no modelo de jogo e não nos jogadores, e o Paulo ainda não conseguiu, o que é grave, escolher os melhores jogadores dos que tem disponíveis para alcançar o seu objectivo, se este for o seu desejo tem que o fazer o mais rapidamente possível e colocar no banco quem não está ao nível dos outros, quer sejam vacas sagradas ou não. É verdade que o 11 titular actual é inferior em termos de qualidade individual em relação ao do ano passado, mas o Paulo tem muitas mais soluções no banco, apenas tem que as usar sabiamente.

Quem visita aqui o tasco e lê as (poucas) postas colocadas aqui sabe que não sou de queimar treinadores à primeira contrariedade ou quando o threshold de maus jogos é atingido (conversa de Engenheiros),  mas realmente há coisas que não fazem sentido, dou como exemplo duas que aconteceram no jogo de ontem.

1. A apatia do treinador nas substituições, é notória a incapacidade do Paulo de mudar o rumo dos acontecimentos durante o decorrer do jogo, as substituições são previsíveis e tardias, então a entrada do Ghilas aos 89 minutos foi de bradar aos céus, não dá para entender.

2. O discurso do treinador, já deu para perceber que o Paulo não tem dotes de comunicador, está a milhas de Vilas Boas, e apesar de algumas esporádicas encefalites do Vitor, o seu discurso agradava-me mais.Aquelas referências à abécula do Jesus são completamente descabidas, não que ele não as mereça, mas após o jogo que o Porto fez, o discurso do responsável pelas tropas deveria ser outro, penso eu de que.

Agora há que levantar a cabeça  e decidir o que fazer, adaptar a equipa ao estilo do jogo mudando forçosamente o onze titular ou adaptar o estilo de jogo à equipa deitando fora todo o trabalho realizado desde a pré-época, seja qual for a decisão, nós, os adeptos, estaremos sempre aqui para apoiar, criticar, ovacionar, gritar, chorar, rir mas sem nunca desistir, mas rapidamente se faz favor que o mau humor faz-me mal à alma.